Cólicas no bebê: o que realmente funciona e o que é mito?

Cólicas no bebê: o que realmente funciona e o que é mito?

Cólicas no bebê são uma das principais causas de angústia para pais e mães nos primeiros meses de vida. Aquele choro inconsolável, muitas vezes no fim da tarde ou à noite, parte o coração de qualquer cuidador. A gente segura, embala, canta, tenta de tudo… e a pergunta sempre aparece: será que é cólica mesmo? E o que pode aliviar?

É importante entender que as cólicas costumam aparecer a partir da segunda ou terceira semana de vida e, na maioria dos casos, desaparecem por volta dos três a quatro meses. Apesar de não representarem um risco grave, elas causam muito desconforto para o bebê — e para quem cuida dele também. É por isso que tantas dúvidas surgem nesse período.

Aqui na Gestar, acolhemos diariamente mães e pais que chegam exaustos, frustrados e querendo respostas claras. E é isso que vamos fazer agora: explicar de forma simples o que realmente pode ajudar nas cólicas no bebê e o que, apesar de popular, não funciona.

O que causa as cólicas no bebê?

As cólicas acontecem por vários fatores ao mesmo tempo. O sistema digestivo do bebê ainda está se adaptando. Ele começa a produzir enzimas, o intestino começa a receber estímulos, e o movimento natural de digestão pode gerar gases e desconfortos.

Além disso, o sistema nervoso do recém-nascido também está em amadurecimento. Ele sente tudo de forma mais intensa: a luz, o som, o toque, o cheiro. Tudo é novo. E esse excesso de estímulos pode refletir no corpinho em forma de cólica, mesmo que o motivo não seja só digestivo.

Um estudo publicado na Pediatrics International mostrou que o choro associado às cólicas está mais relacionado à imaturidade do sistema nervoso do que a um problema específico no intestino. Isso reforça que não se trata de doença, mas sim de um processo de desenvolvimento.

Massagem e toque: funciona mesmo?

Sim! O toque é uma das formas mais antigas e eficazes de aliviar as cólicas no bebê. Massagens circulares na barriguinha, feitas com movimentos suaves no sentido horário, ajudam a estimular o intestino e liberar os gases acumulados.

Além da parte física, o toque acalma. O bebê se sente acolhido, seguro, amado. Esse vínculo emocional também tem impacto direto na dor. Uma dica que gosto de dar: aproveite o momento do banho para fazer essa massagem com calma, cantando ou falando baixinho com o bebê.

Mas atenção: o momento ideal para a massagem não é quando o bebê está chorando intensamente. O ideal é fazer em momentos de calma, para que o corpo dele responda melhor ao estímulo. E sempre com as mãos aquecidas, com muito carinho e delicadeza.

Chá de camomila ou funchicória: é seguro?

Essa é uma dúvida comum, e a resposta é clara: não. Bebês pequenos não devem consumir chás, especialmente os preparados de forma caseira ou industrializados. Os riscos superam os benefícios. Muitos desses chás contêm substâncias que podem sobrecarregar os rins, causar alergias e até interferir na absorção de nutrientes.

A funchicória, por exemplo, é um composto com sacarose e extratos vegetais que, por muitos anos, foi indicado para cólicas. Mas estudos recentes alertam para o risco do uso indiscriminado, principalmente por conter açúcar, que pode prejudicar a flora intestinal do bebê e favorecer o aparecimento de cáries futuramente.

A Sociedade Brasileira de Pediatria é clara: até os seis meses, o bebê deve consumir apenas leite materno ou fórmula infantil adequada. Nenhuma outra bebida ou alimento deve ser oferecido nesse período sem indicação médica.

Leite materno pode causar cólicas?

Essa pergunta tem duas partes. O leite materno, por si só, não causa cólicas. Ele é o alimento mais indicado e mais fácil de digerir para o bebê. No entanto, alguns alimentos consumidos pela mãe podem, sim, influenciar nos gases e desconfortos intestinais do bebê.

Cada bebê reage de forma diferente, mas alimentos como leite de vaca, chocolate, café, repolho e feijão são frequentemente apontados como possíveis desencadeadores. A melhor forma de descobrir isso é observar. Se após a ingestão de algum alimento, o bebê fica mais irritado ou tem episódios de cólica mais intensos, vale conversar com a nutricionista ou pediatra.

Aqui na Gestar, temos um olhar integrativo. Orientamos mães que amamentam com base em evidências, sem dietas restritivas ou pânico. O equilíbrio alimentar da mãe também é essencial para o bem-estar de ambos.

Existe algum medicamento que realmente ajuda?

Em alguns casos, o pediatra pode avaliar o uso de probióticos específicos. Um estudo publicado no British Medical Journal indicou que o uso do Lactobacillus reuteri pode reduzir significativamente o tempo de choro em bebês com cólicas.

Mas vale reforçar: nada deve ser usado sem indicação médica. O uso indiscriminado de remédios ou suplementos pode trazer mais malefícios do que benefícios. Cada bebê é único, e o tratamento precisa respeitar isso.

Na grande maioria dos casos, com acolhimento, toque, ajustes na amamentação e paciência, as cólicas diminuem com o tempo. E o uso de medicamentos se torna desnecessário.

O choro é sempre cólica?

Não. Bebês choram por muitos motivos: fome, fralda suja, calor, sono, necessidade de colo, excesso de estímulos… Às vezes, a gente acaba associando tudo à cólica e esquece de olhar para o todo.

Observar o padrão do choro, o horário em que acontece, se o bebê encolhe as perninhas, se elimina gases ou fezes em seguida — tudo isso ajuda a entender melhor. Aqui na Gestar, ensinamos os pais a “ler” o bebê com mais sensibilidade e calma.

Essa escuta ativa é essencial. Ela ajuda a fortalecer o vínculo e reduz a ansiedade de quem cuida. Quando os pais se sentem seguros, o bebê também sente. E tudo começa a fluir de forma mais leve.

Saiba reconhecer o choro do seu bebê

As cólicas no bebê são desafiadoras, mas passageiras. Com informação, carinho e suporte adequado, esse período pode ser vivido com mais confiança. Nem tudo o que se fala por aí funciona — e, muitas vezes, o que mais ajuda é o que parece mais simples: colo, massagem, calma e presença.

Se você tem vivido dias difíceis com seu bebê e sente que precisa de orientação segura e afetuosa, saiba que aqui na Gestar estamos prontas para cuidar de vocês com todo carinho. Nosso time de pediatras, nutricionistas e psicólogas está preparado para acolher, escutar e guiar com empatia e conhecimento.

Agende uma consulta com a nossa equipe. Vamos cuidar do seu bebê e de você com o carinho que essa fase pede.

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